Quem mora em Joinville, já deve ter aprendido uma lição: o guarda-chuvas é um item indispensável ao sair de casa. Afinal, não é à toa que a cidade recebeu o apelido “carinhoso” de Chuville. Por aqui, tem sempre alguém reclamando que a chuva não para de cair. Segundo dados da Epagri/Ciram, desde 2013, todos os anos registraram mais de 200 dias com chuva acima de 0.2 mm. É claro que nem sempre ela foi significativa, mas isso mostra que o fenômeno realmente não dá trégua no município. O maior número de dias com chuva foi registrado em 2015, quando ela apareceu em 294 dias. Naquele ano, aliás, foi notícia a ocorrência de 40 dias chuvosos seguidos no mês de novembro e até o comércio reclamou do baixo movimento por causa da falta de sol. O maior volume de chuva é de 2015 também: mais de 3,7 mil mm de água caíram na cidade na época. Segundo o professor de climatologia e meteorologia Paulo Ivo Koehntopp, a cidade reúne várias condições que fazem com que chova muito por aqui. “Temos uma região muito úmida, muito próxima do mar, com vários rios que cruzam a cidade e com uma vegetação bastante densa. Esses são fatores de transporte da umidade para a atmosfera”, fala. Ele explica que os ventos que vêm do litoral trazem a umidade para perto da Serra do Mar. Como não há vento forte o suficiente para transpor o paredão formado pela serra, acaba chovendo constantemente na base dela. “A serra funciona como uma barreira para a umidade e aí chove”, fala. Se a pergunta é se chove realmente mais em Joinville do que em outras cidades, a resposta é sim, segundo Paulo. “Todas essas condições fazem com que Joinville seja, efetivamente, uma das cidades que mais chove no planeta”. Então, a partir deste fato que Joinville é uma das cidades que mais chove, aliadas as situações e necessidades evidenciadas no contexto escolar e um olhar para além dos muros da escola surge a ideia de um projeto institucional denominado “Guarda-chuville”. Gostaria primeiramente de ressaltar que projetos educacionais já fazem parte da minha trajetória profissional de uma concepção baseada no construtivismo e interacionismo. A primeira evidencia pessoal observada; que no trajeto que faço todos os dias da minha casa à escola que atuo passo por várias unidades escolares e observa-se que em dias de chuvas, muitos estudantes vão para escola na chuva; inclusive os pais ou irmão que vão levar as crianças ou a pé ou de bicicleta, sem o acessório guarda-chuva. Outro fato observado que em dias muito quente formam-se temporais ao final do dia, muito comum aqui em Joinville, temporais estes, que muitas das vezes acontecem justamente na saída dos estudantes por volta da 17 e 30, os estudantes, por sua vez, saem correndo para casa molhando-se e molhando seu material e com o risco de serem atropelados; realidade estas, também observadas ao retornar para casa em todas as unidades escolares que passo no trajeto de volta para casa; essa situação "chuvosa" agrava-se no inverno com chuva e frio; consequentemente as infrequências dos estudantes aumentam em dias de chuvas; faltando de 4 a 10 alunos por turma evidenciados esse dados em gráficos.  Outra evidencia significativa para a construção deste projeto; com o retorno dos estudantes ao presencial percebemos através de diagnósticos aplicados que há uma defasagem no processo de aprendizagem dos estudantes gerados pelas questões pandêmicas; a ideia de pensar na recomposição de aprendizagem através de projeto é um bom caminho. E por fim, uma imagem de Paulo Freire segurando um guarda-chuva que caia as letras e uma criança embaixo pegando as letras foi o que faltava para consolidar  e potencializar a ideia. Em resumo, A ideia principal deste projeto é de aliar as questões pedagógicas a uma questão social, talvez nunca pensada em cidade que chove, como a cidade de Joinville.; de tomar guarda-chuva e as questões climáticas por objeto de conhecimento e de estudos em todos as áreas de conhecimentos de forma/maneira interdisciplinar: procurando contextualizar os objetos de conhecimentos e as habilidades envolvendo a temática proposta para busca dos conhecimentos científicos e literários; e responde a pergunta: “O por que Joinville chove tanto?”; além de garantir guarda-chuvas “GUARDA-CHUVÁRIOS” para que as crianças possam ir vir para escola com segurança em dias de chuvas. O projeto Guarda-Chuville vem consolidar uma escola baseada em projeto para recomposição das aprendizagem através de metodologias ativas, colocando os estudantes em uma posição de protagonistas; ajustando o ensino às necessidades das aprendizagens. E por fim, não é só sobre o guarda-chuva; é sobre o que o "Guarda-chuva" representa, mensagem subliminar. Oferecer um guarda-chuva para uma criança é dizer que a escola é um lugar de proteção, acolhimento e da escuta; representa a proteção dá não violação de qualquer direito da criança. O portfólio trás uma crescente cronológica de ajustes, avaliações, crescimento e amadurecimento das ações projeto. Por Reginaldo Silva idealizador  do projeto.